QUESTÕES DO ENEM – ECOLOGIA (IMPACTOS AMBIENTAIS) – PARTE I

Questões do ENEM das edições de 2000 a 2004, sobre o tema impactos ambientes, estudado na ecologia.
 
1 – (ENEM 2000) No ciclo da água, usado para produzir eletricidade, a água de lagos e oceanos, irradiada pelo Sol, evapora-se dando origem a nuvens e se precipita como chuva. É então represada, corre de alto a baixo e move turbinas de uma usina, acionando geradores. A eletricidade produzida é transmitida através de cabos e fios e é utilizada em motores e outros aparelhos elétricos. Assim, para que o ciclo seja aproveitado na geração de energia elétrica, constrói-se uma barragem para represar a água.
Entre os possíveis impactos ambientais causados por essa construção, devem ser destacados:
(A) aumento do nível dos oceanos e chuva ácida.
(B) chuva ácida e efeito estufa.
(C) alagamentos e intensificação do efeito estufa.
(D) alagamentos e desequilíbrio da fauna e da flora.
(E) alteração do curso natural dos rios e poluição atmosférica.
2 – (ENEM 2000) Um dos grandes problemas das regiões urbanas é o acúmulo de lixo sólido e sua disposição. Há vários processos para a disposição do lixo, dentre eles o aterro sanitário, o depósito a céu aberto e a incineração. Cada um deles apresenta vantagens e desvantagens.
Considere as seguintes vantagens de métodos de disposição do lixo:
I – diminuição do contato humano direto com o lixo;
II – produção de adubo para agricultura;
III – baixo custo operacional do processo;
IV – redução do volume de lixo.
A relação correta entre cada um dos processos para a disposição do lixo e as vantagens apontadas é:
3 – (ENEM 2000) Encontram-se descritas a seguir algumas das características das águas que servem três diferentes regiões.
Região I – Qualidade da água pouco comprometida por cargas poluidoras, casos isolados de mananciais comprometidos por lançamento de esgotos; assoreamento de alguns mananciais.
Região II – Qualidade comprometida por cargas poluidoras urbanas e industriais; área sujeita a inundações; exportação de carga poluidora para outras unidades hidrográficas.
Região III – Qualidade comprometida por cargas poluidoras domésticas e industriais e por lançamento de esgotos; problemas isolados de inundação; uso da água para irrigação.
De acordo com essas características, pode-se concluir que:
(A) a região I é de alta densidade populacional, com pouca ou nenhuma estação de tratamento de esgoto.
(B) na região I ocorrem tanto atividades agrícolas como industriais, com práticas agrícolas que estão evitando a erosão do solo.
(C) a região II tem predominância de atividade agrícola, muitas pastagens e parque industrial inexpressivo.
(D) na região III ocorrem tanto atividades agrícolas como industriais, com pouca ou nenhuma estação de tratamento de esgotos.
(E) a região III é de intensa concentração industrial e urbana, com solo impermeabilizado e com amplo tratamento de esgotos.
4 – (ENEM 2000) Os esgotos domésticos constituem grande ameaça aos ecossistemas de lagos ou represas, pois deles decorrem graves desequilíbrios ambientais. Considere o gráfico abaixo, no qual no intervalo de tempo entre t1 e t3, observou-se a estabilidade em ecossistema de lago, modificado a partir de t3 pelo maior despejo de esgoto.
 
Assinale a interpretação que está de acordo com o gráfico.
(A) Entre t3 e t6, a competição pelo oxigênio leva à multiplicação de peixes, bactérias e outros produtores.
(B) A partir de t3, a decomposição do esgoto é impossibilitada pela diminuição do oxigênio disponível.
(C) A partir de t6, a mortandade de peixes decorre da diminuição da população de produtores.
(D) A mortandade de peixes, a partir de t6, é devida à insuficiência de oxigênio na água.
(E) A partir de t3, a produção primária aumenta devido à diminuição dos consumidores.
(ENEM 2001 – Questões 5 e 6) A possível escassez de água é uma das maiores preocupações da atualidade, considerada por alguns especialistas como o desafio maior do novo século. No entanto, tão importante quanto aumentar a oferta é investir na preservação da qualidade e no reaproveitamento da água de que dispomos hoje.
5 – (ENEM 2001) A ação humana tem provocado algumas alterações quantitativas e qualitativas da água:
I. Contaminação de lençóis freáticos.
II. Diminuição da umidade do solo.
III. Enchentes e inundações.
Pode-se afirmar que as principais ações humanas associadas às alterações I, II e III são, respectivamente,
(A) uso de fertilizantes e aterros sanitários / lançamento de gases poluentes / canalização de córregos e rios.
(B) lançamento de gases poluentes / lançamento de lixo nas ruas / construção de aterros sanitários.
(C) uso de fertilizantes e aterros sanitários / desmatamento / impermeabilização do solo urbano.
(D) lançamento de lixo nas ruas / uso de fertilizantes / construção de aterros sanitários.
(E) construção de barragens / uso de fertilizantes / construção de aterros sanitários.
6 – (ENEM 2001) Algumas medidas podem ser propostas com relação aos problemas da água:
I. Represamento de rios e córregos próximo às cidades de maior porte.
II. Controle da ocupação urbana, especialmente em torno dos mananciais.
III. Proibição do despejo de esgoto industrial e doméstico sem tratamento nos rios e represas.
IV. Transferência de volume de água entre bacias hidrográficas para atender as cidades que já apresentam alto grau de poluição em seus mananciais.
As duas ações que devem ser tratadas como prioridades para a preservação da qualidade dos recursos hídricos são
(A) I e II.
(B) I e IV.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) III e IV.
7 – (ENEM 2001) Várias estratégias estão sendo consideradas para a recuperação da diversidade biológica de um ambiente degradado, dentre elas, a criação de vertebrados em cativeiro. Com esse objetivo, a iniciativa mais adequada, dentre as alternativas abaixo, seria criar
(A) machos de umas espécies e fêmeas de outras, para possibilitar o acasalamento entre elas e o surgimento de novas espécies.
(B) muitos indivíduos da espécie mais representativa, de forma a manter a identidade e a diversidade do ecossistema.
(C) muitos indivíduos de uma única espécie, para garantir uma população geneticamente heterogênea e mais resistente.
(D) um número suficiente de indivíduos, do maior número de espécies, que garanta a diversidade genética de cada uma delas.
(E) vários indivíduos de poucas espécies, de modo a garantir, para cada espécie, uma população geneticamente homogênea.
8 – (ENEM 2002) O Protocolo de Kyoto — uma convenção das Nações Unidas que é marco sobre mudanças climáticas, — estabelece que os países mais industrializados devem reduzir até 2012 a emissão dos gases causadores do efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta estabelece valores superiores ao exigido para países em desenvolvimento. Até 2001, mais de 120 países, incluindo nações industrializadas da Europa e da Ásia, já haviam ratificado o protocolo. No entanto, nos EUA, o presidente George W. Bush anunciou que o país não ratificaria “Kyoto”, com os argumentos de que os custos prejudicariam a economia americana e que o acordo era pouco rigoroso com os países em desenvolvimento.
Adaptado do Jornal do Brasil, 11/04/2001
Na tabela encontram-se dados sobre a emissão de CO2

Considerando os dados da tabela, assinale a alternativa que representa um argumento que se contrapõe à justificativa dos EUA de que o acordo de Kyoto foi pouco rigoroso com países em desenvolvimento.

(A) A emissão acumulada da União Europeia está próxima à dos EUA.
(B) Nos países em desenvolvimento as emissões são equivalentes às dos EUA.
(C) A emissão per capita da Rússia assemelha-se à da União Europeia.
(D) As emissões de CO2 nos países em desenvolvimento citados são muito baixas.
(E) A África do Sul apresenta uma emissão anual per capita relativamente alta.

9 – (ENEM 2002) Nativas do Brasil, as várias espécies das plantas conhecidas como fava-d’anta têm lugar garantido no mercado mundial de produtos cosméticos e farmacêuticos. Elas praticamente não têm concorrentes, pois apenas uma outra planta chinesa produz os elementos cobiçados pela indústria mundial. As plantas acham-se dispersas no cerrado e a sua exploração é feita pela coleta manual das favas ou, ainda, com instrumentos rústicos (garfos e forquilhas) que retiram os frutos das pontas dos galhos. Alguns catadores quebram galhos ou arbustos para facilitar a coleta. Depois da coleta, as vagens são vendidas aos atacadistas locais que as revendem a atacadistas regionais, estes sim, os revendedores de fava para as indústrias. Depois de processados, os produtos são exportados. Embora os moradores da região tenham um vasto conhecimento sobre hábitos e usos da fauna e flora locais, pouco ou nada sabem sobre a produção de mudas de espécies nativas e, ainda, sobre o destino e o aproveitamento da matéria-prima extraída da fava d’anta.
Adaptado de: Extrativismo e biodiversidade: o caso da fava-d’anta. Ciência Hoje, junho, 2000.
 
Ainda que a extração das vagens não seja prejudicial às árvores, a estratégia usada na sua coleta, aliada à eventual pressão de mercado, são fatores que podem prejudicar a renovação natural da fava d’anta. Uma proposta viável para que estas plantas nativas não corram nenhum risco de extinção é
(A) introduzir a coleta mecanizada das favas, reduzindo tanto as perdas durante a coleta quanto os eventuais danos às plantas.
(B) conservar o solo e aumentar a produtividade dessas plantas por meio de irrigação e reposição de sais minerais.
(C) domesticar a espécie, introduzindo viveiros que possam abastecer a região de novas mudas, caso isto se torne necessário.
(D) proibir a coleta das favas, aplicando pesadas multas aos infratores.
(E) diversificar as atividades econômicas na região do cerrado para aumentar as fontes de renda dos trabalhadores.
10 – (ENEM 2002) Nos peixamentos – designação dada à introdução de peixes em sistemas aquáticos, nos quais a qualidade da água reduziu as populações nativas de peixes – podem ser utilizados peixes importados de outros países, peixes produzidos em unidades de piscicultura ou, como é o caso da grande maioria dos peixamentos no Brasil, de peixes capturados em algum ambiente natural e liberados em outro. Recentemente começaram a ser utilizados peixes híbridos, como os “paquis”, obtidos por cruzamentos entre pacu e tambaqui; também é híbrida a espécie conhecida como surubim ou pintado, piscívoro de grande porte.
Em alguns julgamentos de crimes ambientais, as sentenças, de modo geral, condenam empresas culpadas pela redução da qualidade de cursos d’água a realizarem peixamentos. Em geral, os peixamentos tendem a ser repetidos muitas vezes numa mesma área.
A respeito da realização de peixamentos pelas empresas infratoras, pode-se considerar que essa penalidade
(A) não leva mais em conta os efeitos da poluição industrial, mas sim as suas causas.
(B) faz a devida diferenciação entre quantidade de peixes e qualidade ambiental.
(C) é indutora de ação que reverte uma das causas básicas da poluição.
(D) confunde quantidade de peixes com boa qualidade ambiental dos cursos d’água.
(E) obriga o poluidor a pagar pelos prejuízos ambientais que causa e a deixar de poluir.
11 – (ENEM 2003) Na música “Bye, bye, Brasil”, de Chico Buarque de Holanda e Roberto Menescal, os versos
“puseram uma usina no mar
talvez fique ruim pra pescar”
 
poderiam estar se referindo à usina nuclear de Angra dos Reis, no litoral do Estado do Rio de Janeiro.
No caso de tratar-se dessa usina, em funcionamento normal, dificuldades para a pesca nas proximidades poderiam ser causadas
(A) pelo aquecimento das águas, utilizadas para refrigeração da usina, que alteraria a fauna marinha.
(B) pela oxidação de equipamentos pesados e por detonações que espantariam os peixes.
(C) pelos rejeitos radioativos lançados continuamente no mar, que provocariam a morte dos peixes.
(D) pela contaminação por metais pesados dos processos de enriquecimento do urânio.
(E) pelo vazamento de lixo atômico colocado em tonéis e lançado ao mar nas vizinhanças da usina.
12 – (ENEM 2003) A caixinha utilizada em embalagens como as de leite “longa vida” é chamada de “tetra brick”, por ser composta de quatro camadas de diferentes materiais, incluindo alumínio e plástico, e ter a forma de um tijolo (brick, em inglês). Esse material, quando descartado, pode levar até cem anos para se decompor.
Considerando os impactos ambientais, seria mais adequado
(A) utilizar soda cáustica para amolecer as embalagens e só então descartá-las.
(B) promover a coleta seletiva, de modo a reaproveitar as embalagens para outros fins.
(C) aumentar a capacidade de cada embalagem, ampliando a superfície de contato com o ar para sua decomposição.
(D) constituir um aterro específico de embalagens “tetra brick”, acondicionadas de forma a reduzir seu volume.
(E) proibir a fabricação de leite “longa vida”, considerando que esse tipo de embalagem não é adequado para conservar o produto.
13 – (ENEM 2004) A grande produção brasileira de soja, com expressiva participação na economia do país, vem avançando nas regiões do Cerrado brasileiro. Esse tipo de produção demanda grandes extensões de terra, o que gera preocupação, sobretudo
(A) econômica, porque desestimula a mecanização.
(B) social, pois provoca o fluxo migratório para o campo.
(C) climática, porque diminui a insolação na região.
(D) política, pois deixa de atender ao mercado externo.
(E) ambiental, porque reduz a biodiversidade regional.
14 – (ENEM 2004) O Aquífero Guarani se estende por 1,2 milhão de km2 e é um dos maiores reservatórios de águas subterrâneas do mundo. O aquífero é como uma “esponja gigante” de arenito, uma rocha porosa e absorvente, quase totalmente confinada sob centenas de metros de rochas impermeáveis. Ele é recarregado nas áreas em que o arenito aflora à superfície, absorvendo água da chuva. Uma pesquisa realizada em 2002 pela Embrapa apontou cinco pontos de contaminação do aquífero por agrotóxico, conforme a figura:
Considerando as consequências socioambientais e respeitando as necessidades econômicas, pode-se afirmar que, diante do problema apresentado, políticas públicas adequadas deveriam
(A) proibir o uso das águas do aquífero para irrigação.
(B) impedir a atividade agrícola em toda a região do aquífero.
(C) impermeabilizar as áreas onde o arenito aflora.
(D) construir novos reservatórios para a captação da água na região.
(E) controlar a atividade agrícola e agroindustrial nas áreas de recarga.
15 – (ENEM 2004) Programas de reintrodução de animais consistem em soltar indivíduos, criados em cativeiro, em ambientes onde sua espécie se encontra ameaçada ou extinta.
O mico-leão-dourado da Mata Atlântica faz parte de um desses programas. Como faltam aos micos criados em cativeiro habilidades para sobreviver em seu habitat, são formados grupos sociais desses micos com outros capturados na natureza, antes de soltá-los coletivamente. O gráfico mostra o número total de animais, em uma certa região, a cada ano, ao longo de um programa de reintrodução desse tipo.
A análise do gráfico permite concluir que o sucesso do programa deveu-se
(A) à adaptação dos animais nascidos em cativeiro ao ambiente natural, mostrada pelo aumento do número de nascidos na natureza.
(B) ao aumento da população total, resultante da reintrodução de um número cada vez maior de animais.
(C) à eliminação dos animais nascidos em cativeiro pelos nascidos na natureza, que são mais fortes e selvagens.
(D) ao pequeno número de animais reintroduzidos, que se mantiveram isolados da população de nascidos na natureza.
(E) à grande sobrevivência dos animais reintroduzidos, que compensou a mortalidade dos nascidos na natureza.
16 (ENEM 2004) O bicho-furão-dos-citros causa prejuízos anuais de US$ 50 milhões à citricultura brasileira, mas pode ser combatido eficazmente se um certo agrotóxico for aplicado à plantação no momento adequado. É possível determinar esse momento utilizando-se uma armadilha constituída de uma caixinha de papelão, contendo uma pastilha com o feromônio da fêmea e um adesivo para prender
o macho. Verificando periodicamente a armadilha, percebe-se a época da chegada do inseto. Uma vantagem do uso dessas
armadilhas, tanto do ponto de vista ambiental como econômico, seria
(A) otimizar o uso de produtos agrotóxicos.
(B) diminuir a população de predadores do bicho-furão.
(C) capturar todos os machos do bicho-furão.
(D) reduzir a área destinada à plantação de laranjas.
(E) espantar o bicho-furão das proximidades do pomar.
GABARITO
1 – D
2 – B
3 – D
4 – D
5 – C
6 – C
7 – D
8 – D
9 – C
10 – D
11 – A
12 – B
13 – E
14 – E
15 – A
16 – A

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