O tecido conjuntivo é formando pelas seguintes células: fibroblastos, macrófagos, mastócitos, plasmócitos, células adiposas e leucócitos.
1. TIPOS CELULARES
Algumas destas células são produzidas no próprio tecido conjuntivo e outras como os leucócitos, vêm de outros locais e podem permanecer de forma temporária no tecido.
Veja também: Tecido Conjuntivo
1.1 Fibroblastos
São as células mais abundantes do tecido conjuntivo e raramente se dividem nas pessoas adultas, exceto quando o organismo requer fibroblastos adicionais.
Estrutura: Possuem citoplasma abundante, com muitos prolongamentos, rico em retículo endoplasmático rugoso e aparelho de golgi bem desenvolvido. Seu núcleo é ovoide, grande e fracamente corado, com cromatina fina e nucléolo bem desenvolvido.
Funções: Sintetizam as proteínas colágeno e elastina, além das glicosaminoglicanas, proteoglicanas e glicoproteínas multiadesivas que farão parte da matriz celular. Produzem fatores de crescimento, que controlam o crescimento e a diferenciação celular.
Os fibroblastos podem alterar sua capacidade metabólica, o que influência na sua forma celular, devido a isso essas células podem apresentar-se de duas formas:
* Fibroblastos – Quando apresentam intensa atividade metabólica de síntese (produção).
* Fibrócitos – Quando apresentam baixa atividade metabólica. São menores que os fibroblastos, com aspecto fusiforme, possuem prolongamentos citoplasmáticos, seu núcleo é menor e mais alongado do que o do fibroblasto.
Seu citoplasma é acidófilo, com pouca quantidade de retículo endoplasmático rugoso.
O fibroblasto é a principal célula envolvida no processo de cicatrização. A cicatrização de incisões cirúrgicas, por exemplo, depende da capacidade do tecido conjuntivo de se regenerar.
Quando os tecidos que não têm capacidade de regeneração são destruídos por lesões inflamatórias ou traumáticas, os espaços deixados pela lesão são preenchidos por uma cicatriz de tecido conjuntivo.
Durante o processo de cicatrização os fibrócitos voltam para o estado de fibroblastos, ficando mais ativos. Na reparação das feridas, observam-se células conhecidas como miofibroblastos, que exibem características de fibroblastos e de células musculares lisas.
Os miofibroblastos possuem a maioria das características dos fibroblastos mas contém uma quantidade aumentada de filamentos de actina e miosina, abundantes nas células musculares lisas. Sua atividade contrátil é responsável pelo fechamento das feridas após lesões, processo conhecido como contração da ferida.
1.2 Macrófagos
São células com capacidade de fagocitose, possuem características morfológicas muito variáveis que dependem de seu estado de atividade funcional e do tecido onde estão, têm vida longa e podem sobreviver por meses nos tecidos.
Estrutura: Geralmente possuem um núcleo oval ou em forma de rim, apresentam intensa atividade de pinocitose e fagocitose, com um complexo de golgi bem desenvolvido, muitos lisossomos e um retículo rugoso volumoso.
Macrófago |
Principais funções:
👉Defesa do organismo através do processo de fagocitose
– Fagocitam restos celulares, células danificadas, envelhecidas e defeituosas (cancerosas), bactérias, agentes estranhas e elementos inertes que penetram no organismo.
– Participam nos processos de defesa imunológica contra infecção por bactérias, protozoários, fungos e vermes.
👉Síntese de substâncias
– Produzem substâncias que participam nos processos inflamatórios e reparo dos tecidos.
👉Processamento e apresentação de antígenos
– Participam dos processos de digestão parcial e da apresentação de antígenos.
Os macrófagos são originados a partir de células tronco da medula óssea que se dividem produzindo os monócitos, que circulam no sangue.
Em determinado momento os monócitos atravessam os vasos sanguíneos e penetram no tecido conjuntivo, onde amadurecem e se tornam macrófagos, podendo se proliferar produzindo novas células.
Desta maneira, monócitos e macrófagos são a mesma célula em diferentes estágios de maturação.
O processo de transformação de monócito em macrófago resulta em um aumento no tamanho da célula, aumento na síntese (produção) de proteína, aumentam o aparelho de golgi, bem como o número de lisossomos, microtúbulos e microfilamentos.
Os macrófagos estão distribuídos na maioria dos órgãos e constituem o sistema fagocitário mononuclear. Em certas regiões os macrófagos recebem nomes especiais e apresentam funções distintas:
* Macrófagos alveolares ( Pulmões) – Defesa contra microrganismos e agentes estranhos.
* Células de Kupffer (Fígado) – Remoção de células envelhecidas e destruição de bactérias.
* Células mesangiais (Rins) – Fagocitose de substâncias estranhas.
* Micróglia (Sistema Nervoso central) – Fagocitose e defesa do sistema nervoso.
* Monócitos (Sangue) – Defesa
* Osteoclastos (Tecido ósseo) – Remodelação dos ossos.
* Células de Langerhans (epiderme da pele) – Processamento de antígenos.
CURIOSIDADE: Durante a gestação o útero aumenta de tamanho e sua parede se torna espessa, imediatamente após o parto, o excesso de tecido desse órgão é destruído pela ação de macrófagos.
1.3 Mastócitos
Os mastócitos podem ser encontrados em todo o corpo, porém estão em maior quantidade na derme e nos tratos digestivo e respiratório.
Estrutura: É uma célula globosa, grande e com citoplasma repleto de grânulos. O núcleo é pequeno, esférico e central e de difícil observação por estar frequentemente encoberto pelos grânulos citoplasmáticos.
Os grânulos dos mastócitos possuem glicosaminoglicanos (heparina ou sulfato de condroitina).
Mastócito |
Principais funções:
👉Armazenar mediadores químicos da resposta inflamatória em seus grânulos secretores.
– Como a histamina, que promove aumento da permeabilidade vascular, e a heparina.
👉Participam das reações imunes, na inflamação, nas reações alérgicas e nas infestações parasitárias.
Os mastócitos são originados a partir de células tronco hematopoéticas (produtoras de células sanguíneas) presentes na medula óssea.
Depois de produzidos os mastócitos imaturos circulam na corrente sanguínea, cruzam a parede dos vasos e penetram os tecidos, onde se proliferam e se diferenciam.
Mesmo apresentando estruturas semelhantes, existem dois tipos de mastócitos no tecido conjuntivo.
O mastócito do tecido conjuntivo está presente na pele e na cavidade peritoneal e seus grânulos contêm heparina, uma substância anticoagulante.
O mastócito da mucosa, encontrado na mucosa intestinal e nos pulmões, com grânulos contendo sulfato de condroitina.
A superfície dos mastócitos contém receptores específicos para imumoglobulina E (IgE), produzida pelos plasmócitos. A maior parte das moléculas de IgE fixa-se na superfície dos mastócitos e dos granulócitos basófilos; muito pouco permanece no plasma.
1.4 Plasmócitos
Os plasmócitos são células derivadas dos
linfócitos B e responsáveis pela produção de anticorpos, em resposta à
penetração de moléculas estranhas ao organismo (antígenos).
linfócitos B e responsáveis pela produção de anticorpos, em resposta à
penetração de moléculas estranhas ao organismo (antígenos).
Estrutura: São células grandes e ovoides, o citoplasma é
rico em retículo endoplasmático granuloso, o complexo de Golgi e os centríolos
se localizam próximo ao núcleo, que é esférico.
rico em retículo endoplasmático granuloso, o complexo de Golgi e os centríolos
se localizam próximo ao núcleo, que é esférico.
Principal função:
👉São responsáveis pela produção de imunoglobulinas (anticorpos).
– Proteínas responsáveis pela defesa do organismo e também conhecidas como anticorpos.
Os plasmócitos são pouco numerosos no tecido
conjuntivo normal, mas estão em grande quantidade em locais sujeitos à
penetração de bactérias e proteínas estranhas, como a mucosa intestinal, também
são abundantes em regiões que sofrem inflamações crônicas.
conjuntivo normal, mas estão em grande quantidade em locais sujeitos à
penetração de bactérias e proteínas estranhas, como a mucosa intestinal, também
são abundantes em regiões que sofrem inflamações crônicas.
1.5 Leucócitos
Os tecidos conjuntivos contêm leucócitos (glóbulos brancos), que migram do sangue, atravessado as paredes dos vasos sanguíneos, por um processo chamado diapedese.
Esse processo aumenta muito durante infecções (invasões de microrganismos), uma vez que os leucócitos são células responsáveis pela defesa contra microrganismos agressores.
Os leucócitos podem ser divididos em dois grandes grupos: granulócitos e agranulócitos.
Estrutura: apresentam estrutura variada que depende do grupo onde são classificadas.
Os granulócitos apresentam grânulos no citoplasma e núcleo com formato irregular. São classificados em três tipos diferentes: neutrófilos, eosinófilos e basófilos
Os agranulócitos não possuem grânulos e apresentam núcleo com formato relativamente regular. Podem ser de dois tipos: linfócitos e monócitos.
Principal Função:
👉Defesa do organismo (resposta imunológica).
A infecção desencadeia a inflamação, que é
uma reação do organismo contra microrganismos que causam doenças. Os principais
sinais do processo inflamatório são, vermelhidão, edema, calor, dor e perda da
função da região afetada.
uma reação do organismo contra microrganismos que causam doenças. Os principais
sinais do processo inflamatório são, vermelhidão, edema, calor, dor e perda da
função da região afetada.
A inflamação se inicia com uma liberação de mediadores
químicos da inflamação, substâncias de diferentes origens (principalmente de
células e proteínas do plasma sanguíneo) que induzem alguns dos eventos
característicos da inflamação, como, por exemplo, aumento do fluxo sanguíneo e
permeabilidade vascular, quimiotaxia e fagocitose.
químicos da inflamação, substâncias de diferentes origens (principalmente de
células e proteínas do plasma sanguíneo) que induzem alguns dos eventos
característicos da inflamação, como, por exemplo, aumento do fluxo sanguíneo e
permeabilidade vascular, quimiotaxia e fagocitose.
Os leucócitos não retornam ao sangue depois
de terem residido no tecido conjuntivo, com exceção dos linfócitos que circulam
continuamente em vários compartimentos do corpo (sangue, linfa, tecidos
conjuntivos, órgãos linfáticos).
de terem residido no tecido conjuntivo, com exceção dos linfócitos que circulam
continuamente em vários compartimentos do corpo (sangue, linfa, tecidos
conjuntivos, órgãos linfáticos).
1.6 Células
adiposas (adpócitos)
São células que formam o tecido adiposo e este tecido desenvolve-se em maioria durante o período próximo ao nascimento, mas o número de células adiposas pode aumentar de acordo com a alimentação e ingestão de calorias durante a vida. Um adipócito maduro possui cerca de 80-95% de gordura em seu volume.
Estrutura: Apresentam todas as estruturas de uma célula eucarionte, mas se destacam pela presença de grande quantidade de gordura no citoplasma que, muitas vezes, ocupa praticamente toda essa região, movendo o núcleo para um local mais periférico da célula.
Adipócito |
Principais funções:
👉Isolamento térmico
– A camada de gordura evita a perda excessiva de calor ou o aumento exagerado de temperatura.
👉Reserva de energia
– Na ausência de alguns nutrientes o organismo usa a gordura (triglicerídeos) armazenada nos adipócitos para gerar energia.
Profº Ronielson Lima – Biólogo
Referências:
ABRAHAMSOHN, P. Histologia. 1. ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2016.
JUNQUEIRA, LC; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
OVALLE, W.K.; NAHIRNEY, P.C. Netter: bases da histologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.