O diabetes mellitus é uma patologia que se caracteriza pela alta concentração de glicose no sangue. A glicose (que é um carboidrato) é o combustível preferencial do nosso sistema nervoso central, que na falta desse carboidrato fica prejudicado, ocasionando tonturas. Além disso, nossas hemácias só obtém energia através da glicose. É chamada de glicemia, a quantidade de glicose presente no sangue.
Os valores normais de glicemia são: em jejum de 70 a 110 mg/dl e Pós-prandial ( após alimentação, e decorrido 2 horas) até 140 mg/dl. Pessoas que apresentam glicemia de jejum acima de 126 e pós-prandial acima de 140, por longos períodos, caracterizam o quadro clínico de Diabetes Mellitus.
Normalmente a glicose é absorvida do sangue pelas células, e a insulina (que é um hormônio produzido pelo pâncreas) é que promove essa passagem, ou seja, do sangue para a célula. Nos indivíduos com diabetes, por diversos motivos o pâncreas deixou de produzir eficientemente a insulina, por isso, como resultado a glicose acumula-se no sangue que fica hipertônico (muito concentrado), ou seja, toda substância que é hipertônica tem a capacidade de absorver água.
Existem dois tipos de diabetes:
TIPO I: Diabetes Mellitus Insulino Dependente ou DMID
Corresponde a cerca de 10 a 15% dos diabéticos, nesse tipo há uma predisposição genética para a doença, que aparece na infância ou adolescência, ou seja, esses indivíduos desenvolvem anticorpos que destroem as células do próprio pâncreas que responsáveis por produzir insulina. Por isso, o tratamento é feito com a administração de insulina no paciente.
TIPO II: Diabetes Mellitus Não Insulino Dependente ou DMNID
A patologia normalmente surge em idade avançada, associada à obesidade e aos maus hábitos alimentares durante toda a vida. Nesse caso o pâncreas fica exposto durante toda a vida do paciente a altos níveis de glicose, ou seja, secretando insulina constantemente e acaba criando uma resistência à glicose, o que diminui a produção de insulina. Por isso, o tratamento baseia-se numa dieta com pouco carboidrato, até “reeducar” o pâncreas. Todavia, pesquisas que ainda estão em andamento apontam que o diabetes tipo II, assim como o tipo I pode decorrer também de causas genéticas.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Independente do tipo de diabetes, o quadro clínico é semelhante:
* Hiperglicemia: Glicemia de jejum acima de 126 e pós-prandial acima de 140. Devido à alta concentração de glicose, os rins não conseguem reabsorvê-la, ela escapa e acaba fazendo parte da urina (Glicosúria = glicose na urina).
* Poliúria: A urina concentrada pelo alto nível de glicose, atraí mais água que o normal, ou seja, aumentando o volume urinário. O diabético urina muitas vezes.
* Desidratação: O paciente diabético tende a ficar desidratado, ou seja, elimina água em excesso pela urina.
* Polidipsia: Sede intensa, por consequencia da desidratação.
*Catarata: A glicose é absorvida pelas células do cristalino, e transformada numa substância chamada sorbitol, que se acumula no cristalino e retém água nessa estrutura, deixando-a opaca, ou seja, catarata diabética.
*Crise diabética: Situação que pode acontecer com pessoas que são diabéticas há bastante tempo e não se tratam. Caracteriza-se pela perda brusca de peso, constipação, fraqueza muscular, tontura e podendo ocorrer desmaios.
*Coma Hiperosmolar: Pode se desenvolver em pacientes cuja glicemia ultrapasse 400 mg/dl, constituindo uma emergência médica, ou seja, o sangue hipertônico (com alta concentração de glicose), ao passa pelo cérebro extrai água dos neurônios, ocasionando uma desidratação encefálica (desidratação do cérebro). Por isso, dependendo do tempo que o paciente permaneça nesse estado de coma, pode retornar dele com sequelas ou até mesmo não retornar.
REFERÊNCIAS:
http://www.diabetes.org.br/Rev. Assoc. Med. Bras. vol.51 no.4 São Paulo July./Aug. 2005 disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302005000400010
ARAÚJO, C. M.; BRITTO, M. M.; CRUZ, T. P. Tratamento do diabetes mellitus do tipo 2: novas opções. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia Metabólica, Salvador, v. 4, n. 6, p. 509-518, dez. 2000.
BANDEIRA, F. Endocrinologia e diabetes. 1. ed. São Paulo: Medsi, 2003. BRODY, T. M. et al. Farmacologia Humana: da molecular à clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.
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