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EMBRIOLOGIA: MÓRULA, BLÁSTULA, GASTRULAÇÃO E ORGANOGÊNESE

MÓRULA E BLÁSTULA

O processo de segmentação ou clivagem, que começa com a primeira divisão da célulaovo ou zigoto, resulta na formação de células denominadas blastômeros. Inicialmente, os blastômeros se organizam num aglomerado celular compacto, denominado mórula (do latim morula, “amora”), assim chamado por se parecer com uma amora microscópica.

Uma vez formada a mórula, ocorre o deslocamento dos blastômeros para a periferia do embrião em desenvolvimento. Formase, assim, uma estrutura esférica denominada blástula, em que se reconhecem:

🔹 uma camada celular periférica de blastômeros denominada blastoderme;
🔹 uma cavidade delimitada pela blastoderme denominada blastocele.
A formação da blástula marca o final da etapa do desenvolvimento embrionário denominada segmentação ou clivagem.

GASTRULAÇÃO

A gastrulação compreende o processo de transformação da blástula em gástrula, etapa do desenvolvimento embrionário que se caracteriza pela formação dos folhetos germinativos, ou embrionários.
Para que você compreenda melhor o processo, descrevemos a seguir como se dá a gastrulação do anfioxo, um protocordado marinho.
No anfioxo, a gastrulação inicia-se pela invaginação do polo onde se situam os macrômeros para o interior da blastocele, que progressivamente desaparece. No final do processo podem-se reconhecer nitidamente dois folhetos: ectoderme (externo) e mesentoderme (interno). A cavidade delimitada pela mesentoderme é denominada arquêntero, ou intestino primitivo, e o orifício de abertura do arquêntero é chamado blastóporo.
A região dorsal da gástrula passa por um processo de achatamento, formando a placa neural. Em seguida, as células ectodérmicas das bordas da placa neural multiplicam-se até recobri-la. A placa neural, então, invagina-se e forma o sulco neural, que originará o tubo neural, onde se desenvolverá o sistema nervoso central do anfioxo. Esse estágio, com tubo neural, é chamado nêurula e compreende o início da organogênese.
Simultaneamente à formação do tubo neural, a mesentoderme se diferencia em mesoderme e endoderme, configurando a formação de três folhetos embrionários: ectoderme, mesoderme e endoderme. À medida que o tubo neural vai se formando, as porções laterais da mesoderme evaginam-
se e vão organizando duas bolsas bilateralmente simétricas chamadas somitos. Cada somito possui uma cavidade interna denominada celoma.
Depois que os somitos se formam, a porção de mesoderme situada entre eles e abaixo do tubo neural diferencia-se e organiza um eixo de sustentação denominado notocorda. O conjunto de células que revestem o arquêntero constitui a endoderme.
De acordo com o esquema abaixo, a mesoderme sofre três evaginações:
🔹 duas evaginações laterais que formam os somitos, bolsas cuja cavidade é denominada celoma;
🔹 uma evaginação central que dá origem a um eixo de sustentação contínuo denominado notocorda.
Nesse estágio, portanto, o embrião revela a presença de três folhetos germinativos (ectoderme, mesoderme e endoderme), um tubo neural, uma notocorda e um arquêntero.
A notocorda ou corda dorsal é uma estrutura característica de todos os cordados, mas desaparece na fase adulta da maioria desses animais. Nos vertebrados, ela é parcial ou totalmente substituída pela coluna.

ORGANOGÊNESE

Ao final da gastrulação, as células embrionárias diferenciam-se e iniciam a organização de tecidos e de órgãos especializados em determinada função. Essa etapa, que compreende o processo de formação dos órgãos que constituem o animal a partir dos três folhetos germinativos ou embrionários, é denominada organogênese.
Resumidamente, destacaremos a evolução de cada um dos três folhetos germinativos na espécie humana:
🔹 ectoderme – origina a epiderme e seus anexos, como pelos, unhas e glândulas; organiza também o encéfalo, a medula espinal, gânglios nervosos e receptores sensoriais, além do revestimento da boca, nariz e ânus e o esmalte dos dentes;
🔹 mesoderme – origina a derme, as serosas, as cartilagens, os ossos, os músculos estriados (esquelético e cardíaco) e não estriados e os sistemas urogenital e cardiovascular;
🔹 endoderme – origina o fígado, o pâncreas e o revestimento da bexiga urinária e da uretra, do tubo respiratório e do tubo digestório, com exceção da boca e do ânus.
Os órgãos do nosso corpo podem ser formados por tecidos originados de mais de um folheto embrionário. É o caso da pele humana. Esse órgão é basicamente constituído de duas porções: a epiderme e a derme. A epiderme é organizada pelo tecido epitelial (de origem ectodérmica) e a derme é formada de tecido conjuntivo (de origem mesodérmica). É o caso também de órgãos como o estômago e o intestino. Esses órgãos possuem uma porção muscular (músculos não estriados, de origem mesodérmica) e são internamente revestidos por um epitélio de origem endodérmica.
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