Hermann Ebbinghaus, psicólogo alemão, foi o primeiro a desenvolver estudos na área de psicologia sobre testes de inteligência, uso de técnicas experimentais em pesquisas sobre a aprendizagem e o primeiro a estudar a relação entre capacidade e tempo de memorização e a facilidade de recuperação das informações retidas.
Em 1885, Ebbinghaus publicou sua teoria sobre a Curva do Esquecimento (Forgetting Curve), que demonstrava graficamente a quantidade de informações que nosso cérebro é capaz de reter ao longo de um dado período de tempo. Até hoje a sua teoria é amplamente empregada no campo do estudo da memória e da aprendizagem por profissionais de todo o mundo.
Nós temos a incrível capacidade natural de esquecer grande parte do que aprendemos durante um dia de estudo, por isso a nossa memória precisa ser estimulada de forma adequada para que possa funcionar de forma eficiente. Estudos mostram que horas após ter visto determinado conteúdo, em condições normais lembraremos em média 75%, após 24 horas lembraremos 35% a 50% e apenas 3% a 5% depois de um mês, ou seja, quanto mais o tempo passa, mais esquecemos o que foi visto ou lido por nós. E isso é absolutamente normal, é a chamada curva do esquecimento.
Tenho uma boa notícia, existe um meio para “driblar” essa barreira fisiológica do nosso organismo.
O nosso cérebro não retém por muito tempo informações que não são usadas, armazenando elas na memória de curto prazo, isso é provado pela ciência, mas se uma informação é constantemente revista o nosso cérebro entenderá que se trata de uma informação importante e irá armazená-la na chamada memória de longo prazo. Revisitar um conjunto de informações em diferentes intervalos de tempo, após alguns minutos, horas, dias e semanas, “reforça a importância” daquela informação, diminuindo as chances do cérebro descartar-la. Para transferir as informações da memória de curto prazo para o memória de longo prazo devemos fazer revisões periódicas, mas não de qualquer maneira.
REVISÕES PROGRAMADAS
Primeiramente devemos aceitar algumas verdades:
1- Nosso cérebro pode trabalhar contra ou a nosso favor, depende do estímulo que damos.
2 – Revisão não é perda de tempo.
3 – Quem não revisa o conteúdo estudado terá de estudar tudo de novo, e de novo, e de novo….
4 – Estudo tem mais a ver com qualidade do que com quantidade.
E como revisar da maneira correta segundo os estudos de Ebbinghaus?
Quando se faz a revisão do conteúdo no mesmo dia em que ele foi estudado, a retenção sobe de 75% para 100%. Rever o assunto um dia mais tarde é necessário porque o nível de lembrança, a essa altura, já caiu para 50% ou menos. Para otimizar seu tempo e evitar de ter que ler todo o conteúdo novamente, tanto essa revisão das 24 horas como as subsequentes devem ser feitas através de resumos feitos durante o primeiro contato com o conteúdo em questão.
Dessa forma podemos separar as revisões programadas nas seguintes etapas:
1ª – Uma revisão logo após ter assimilado as informações (depois da aula, palestra etc.);
2ª – Uma revisão após 24 horas;
3ª – Uma revisão depois de 7 dias;
4ª – Uma revisão após 30 dias
5ª – Uma revisão de manutenção a cada 45 dias.
Inicialmente as revisões podem ser feitas em até 10 minutos, com a prática desta técnica, esse tempo poderá ser reduzido a depender do volume de informações contidas no resumo, fazendo a mente manter a assimilação das informações no nível ideal, de 100%. A revisão serve para reativar a memória, assimilar as informações importantes e aumentar a retenção de 75% (inicial) para 90% e até 100%. Existem diversas técnicas de revisão, desde fichas-resumo, flashcards, resumos, mapas mentais, esquemas, enfim, você pode abusar de todas elas para revisar.
TÉCNICA PARA ELABORAR RESUMOS
Faça anotações durante a aula, durante a palestra, lendo um livro, das informações mais importantes. Utilize o rodapé, as bordas do material de estudo para anotações, grife partes do texto use cores diferentes para criar categorias de informações e ao final sem nem perceber você terá um resumo pronto.
