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O que é a Chikungunya?

O que é a Chikungunya?

INTRODUÇÃO

A princípio, nos últimos tempos a palavra chikungunya tem assustado muitas pessoas, assim sendo, muito se fala sobre essa doença, mas na maioria das vezes ficam muitas perguntas no ar. O que é? De onde? Como surgiu? Como é transmitida? Por isso, o objetivo dessa postagem é tentar esclarecer essas dúvidas com informações claras e objetivas.
Chamada de “febre de chikungunya” essa doença é transmitida por insetos (arbovirose ) e causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae e do gênero Alphavirus. A viremia persiste por até dez dias após o surgimento dos primeiros sintomas, além disso, a transmissão ocorre pela picada de fêmeas dos mosquitos Ae. Aegypti e Ae.albopictus infectadas pelo CHIKV.
A princípio os sintomas podem ser confundidos com a dengue (Febre alta e repentina, dores nas articulações e músculos, dor de cabeça, náusea, cansaço e exantema), mas o principal sintoma que as diferencia são as fortes dores nas articulações principalmente nos dedos, pulsos, tornozelos, joelhos ou pés.

O VÍRUS

O vírus da Chikungunya identificado na Tanzânia por volta de 1952. Desde então, ocorreram surtos em vários países do mundo.  O nome Chikungunya deriva de uma palavra em Makonde, língua falada no sudeste da Tanzânia e norte de Moçambique. Significa “aqueles que se dobram”, pois descreve a aparência encurvada de pessoas que sofrem com a artralgia (dores nas articulações) sintoma característico da doença. No Brasil, os primeiros casos surgiram em 2010 através de 03 viajantes, vindos da Indonésia e da Índia, que já chegaram infectados, mas logo os casos foram controlados sem que houvesse transmissão em território nacional e desde então o Ministério da Saúde implantou um Sistema de vigilância e monitoramento da CHIKV no país.

INCUBAÇÃO

Em primeiro lugar, todo vírus precisa de um período para seu desenvolvimento dentro do ser vivo que ele está parasitando até que ele comece a desencadear os sintomas, esse período é chama-se de “período de incubação”. No caso do vírus CHIKV, ele apresenta dois períodos de incubação. O período de incubação extrínseco ocorre dentro do mosquito que dura em média dez dias é o tempo que o vírus precisa para seu desenvolvimento e o período de incubação intrínseco que ocorre no ser humano é em média de 3 a 7 dias (podendo variar de 1 a 12 dias), ou seja, onde o vírus termina seu desenvolvimento, só após esse período o indivíduo infectado começa a manifestar os sintomas da doença. O período de viremia no ser humano pode perdurar por até dez dias e, geralmente, inicia-se dois dias antes da apresentação dos sintomas, podendo perdurar por mais oito dias.
Em idosos e outras pessoas que apresentam problemas nas articulações, a manifestação da doença é ainda mais severa.
A doença pode apresentar três fases, de acordo com os sintomas e a duração deles. As fases são: aguda, subaguda e crônica.

FASE AGUDA

Após o período de incubação inicia-se a fase aguda que dura em média de dez a quinze dias, essa fase da doença apresenta como sintomas febre de início repentino e surgimento de intensas dores nas articulações e em alguns casos havendo inchaço, podendo apresentar também dores nas costas, dor de cabeça e fadiga. Geralmente do segundo ao quinto dia após o início da febre surgem manchas vermelhas na pele (exantema) ou até mesmo intensa vermelhidão no corpo. Nesta fase pode ocorrer aparecimento de sintomas menos frequentes como  são dor retro-ocular, calafrios, conjuntivite, faringite, náusea, vômitos, diarreia, dor abdominal e neurite.

FASE SUBAGUDA

Essa fase tem início com o desaparecimento da febre e persistência ou agravamento das dores articulares, esse quadro pode ter a duração de até 3 meses. O inchaço na região das articulações também é comum, outros sintomas associados são: Podem estar presentes também nesta fase astenia, prurido generalizado e exantema maculopapular, além do surgimento de lesões purpúricas, vesiculares e bolhosas. Em alguns casos ocorre recorrência da febre.

FASE CRÔNICA

Quando a duração dos sintomas persistem por mais 3 meses o indivíduo atinge a fase crônica, que apresenta continuação e aumento das dores nas mesmas articulações atingidas durante a fase aguda, podendo ou não haver inchaço, dores musculares, limitação de movimento. Também pode ocorrer dores na coluna.

TRATAMENTO

Até o momento, não há tratamento que combata o vírus. A terapia utilizada baseia-se no suporte sintomático, ou seja, na administração de medicamentos que aliviem os sintomas além da ingestão de muito líquido (hidratação) e repouso. Por mais severos que sejam os sintomas dessa doença o índice de letalidade é menor do que 1%, segundo afirmam as pesquisas.


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Ministério da Saúde.Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Nota Técnica nº 162/2010. CGPNCD/ DEVEP/SVS/MS. 2010.
VEJA REVISTA. Doenças Infecciosas– Números de casos de Chikungunya, no Brasil, sobe para 20. Publicado em 8 de julho de 2014. acesso em 16/08/16 <http://veja.abril.com.br/noticia/saude/numero-de-casos-de-chikungunya-no-brasilsobe-para-20/imprimir
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